Meta lança o ‘Signals Gateway’, um CDP para impulsionar a automação em publicidade com IA

A Meta deu mais um passo na sua estratégia de automatização publicitária baseada em inteligência artificial com a introdução do ‘Signals Gateway’, uma plataforma projetada para facilitar a gestão de first-party data dos anunciantes. Embora a empresa não a descreva explicitamente como um CDP, o Signals Gateway funciona como uma solução de baixo custo para a recolha e gestão de dados.

Com o aumento da procura por plataformas de gestão de dados, grandes players como AWS, Google, Snowflake e Databricks lançaram as suas próprias versões, pressionando os CDPs tradicionais a justificarem os seus custos e relevância. A recente aquisição da mParticle pela Rokt por 300 milhões de dólares, bem como a compra da Lytics e da ActionIQ, refletem a consolidação do mercado.

Meta aposta na automatização publicitária com IA

Segundo o AdExchanger, a Meta também anunciou melhorias na sua plataforma Advantage+, focada na automatização de campanhas publicitárias. Entre as novidades, inclui-se uma ferramenta impulsionada por inteligência artificial para otimizar a geração de leads de alta qualidade e a expansão das opportunity scores, métricas concebidas para melhorar o desempenho dos anúncios dentro da plataforma.

Garrick Tiplady, Global Head of Mid-Market da Meta, destacou ao meio citado que a inteligência artificial é a chave para o futuro da publicidade na plataforma. No entanto, estas iniciativas levantaram preocupações entre os anunciantes, especialmente após um erro no Advantage+ no ano passado que levou a um gasto excessivo em campanhas publicitárias. Além disso, há relatos de que algumas opções de segmentação manual nos anúncios de catálogo poderão ser eliminadas, reduzindo o controlo dos anunciantes sobre as suas campanhas.

Apesar destas preocupações, os primeiros resultados das atualizações no Advantage+ são positivos. Krassimir Karamfilov, VP of Product na Meta, afirmou que os testes iniciais demonstraram uma redução de 5% no custo por resultado, uma diminuição de 10% no custo por lead qualificado e uma redução de 14% no custo por lead.

Combate às redes de pirataria

Enquanto a Meta avança na automatização, a DeepSee.io identificou e denunciou uma rede de pirataria financiada por anúncios que aloja conteúdos protegidos por direitos de autor, incluindo bandas desenhadas digitais. Esta rede, operada pela empresa espanhola Nakamas Web SL, conseguiu monetizar o seu conteúdo devido à falta de controlo na cadeia de fornecimento da publicidade digital.

Os principais vendedores envolvidos incluem a Netpub e a BidGear, enquanto a Infolinks e a Xapads atuaram como intermediários na distribuição destes anúncios. Embora a Infolinks tenha recentemente bloqueado a Nakamas Web, a rede operou durante anos com a participação de SSPs como a Magnite, OpenX, AppNexus e FreeWheel, através de ligações com vendedores como Seedtag, Adagio e R2B2.

O CEO da DeepSee.io, Rocky Moss, instou estas empresas a melhorarem a supervisão da cadeia de fornecimento para evitar o financiamento de conteúdos pirateados e proteger a integridade do ecossistema publicitário digital. Com estas mudanças, fica claro que a automatização, a regulamentação e a transparência continuarão a ser fatores-chave na evolução do adtech.

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