Criteo reforça a sua posição como solução tecnológica empresarial e cativa os investidores
A Criteo viu as suas ações dispararem mais de 20% na quarta-feira, após anunciar um crescimento na sua rentabilidade e um sólido desenvolvimento financeiro. Isto aconteceu apesar de uma ligeira queda nas receitas totais, que passaram de 566 milhões de dólares no quarto trimestre de 2023 para 553 milhões no mesmo período de 2024. Em termos anuais, a faturação também diminuiu 1%.
Apesar destes números, a Criteo continua a destacar-se no setor AdTech graças à ausência de dívida a longo prazo e a um elevado fluxo de caixa, o que confere à empresa uma significativa flexibilidade financeira, segundo Sarah Glickman, CFO da empresa.
A CEO cessante, Megan Clarken, destacou na sua última apresentação de resultados que a Criteo evoluiu de um especialista em retargeting para uma solução tecnológica empresarial integrada, com um foco especial no crescimento do seu negócio de Retail Media.
Transformação para um ecossistema de MarTech
De acordo com o AdExchanger, a Criteo está a expandir o seu alcance para além do retargeting tradicional, posicionando-se como um hub de MarTech para retalhistas, agências e grandes marcas. Atualmente, conta com 225 retalhistas na sua rede de media, incluindo nomes como Harrods, Macy’s e Best Buy, além de outros retalhistas de nicho como a Toys”R”Us e a Michaels.
Um dos marcos mais importantes foi a parceria com a Microsoft em 2023, onde a Criteo se tornou um parceiro estratégico para o seu negócio de retail media. Além disso, a sua integração com a Shopify, como único parceiro AdTech no programa Shopify Audiences, reforça a sua proposta de valor.
No segmento das agências, a Criteo registou um crescimento superior a 50% em termos anuais em 2024, consolidando-se como um player estratégico no canal das agências holdco. “A nossa proposta de valor posiciona-nos para vencer com as agências, e esperamos acelerar este impulso em 2025”, afirmou Clarken.
Um modelo financeiro atrativo para os investidores
A Criteo reforçou a sua relação com os investidores através de uma estratégia de recompra de ações, destinando 225 milhões de dólares para este propósito em 2024, o dobro dos seus lucros anuais totais. A empresa autorizou ainda mais 200 milhões de dólares para recompras em 2025, uma decisão que impulsiona o preço das suas ações ao reduzir a oferta no mercado.
Esta estratégia surge após a pressão da Petrus Advisers, um investidor ativista que adquiriu 5,5% da Criteo no ano passado, exigindo, entre outras medidas, as recompras de ações e a análise de potenciais compradores.
Preparação para o futuro
A nomeação de Michael Komasinski, ex-CEO da Dentsu na América do Norte, como novo CEO da Criteo a partir de 15 de fevereiro, sublinha o compromisso da empresa com a sua transformação. Sob a sua liderança, a Criteo pretende consolidar a sua posição como parceiro estratégico de gigantes tecnológicos como a Microsoft, Meta e Shopify, ao mesmo tempo que diversifica a sua oferta e mitiga riscos associados às políticas de privacidade.
Com uma base sólida e um foco renovado, a Criteo posiciona-se como uma referência no futuro do AdTech e Retail Media, com potencial para continuar a cativar tanto clientes como investidores.